Ao mundo: o que se precisa – e seus pertences – sobre Martine e Philo em sua exposição Rastros Insulares.– 

Existe uma forma adocicada de um tornar-se a alegria dos bons frutos: a água – a pedra – a árvore, o abrigo, o alimento. O que mais seria essencial? Quando o ser humano destrói uma nascente, como fonte de vida, ele esvazia seu valor.


Como se desconhecesse a inquietude planetária de um fluxo, ele vive dos excessos, porque a natureza da sobrevivência é a natureza do homem refletida numa paisagem dominante do seu ego, da ilha que se desfez no mapa: - do transbordamento - : ao destino da humanidade. Que lugar o homem procura para viver?



Quando algo não é natural, tende a morrer muito cedo. Falo da força da natureza e toda a sua verdade. Precisamos descobrir o que o planeta tem a nos dizer, tão encoberto pela sobrevivência.


Imersos na alma de Martine e Philo, dois lugares entrelaçados por uma linha, duas histórias fecundadas na mesma memória, trouxeram seus próprios braços para acolher o universo: o desenhar as pessoas em dois continentes, os ruídos das galinhas, a voz das crianças, as folhas secas caídas, os pertences do mar, os desenhos sem rosto, o ouro do casco da tartaruga, todos dentro do coração (unindo seus laços). Em ambos, o mesmo sentido das pegadas. A mesma simplicidade. O mesmo equador, na mesma língua portuguesa, aos retratos de família, da África à América, aos olhos do mar.


Não há fronteiras quando se acolhe um lugar.


E se o fim deste planeta está próximo, o que na verdade ainda o faz movê-lo?


O tempo não irá atrás de alguém que não busca o resistir da vida, tampouco, nenhuma riqueza justifica a fome da humanidade.

Precisamos de um sonho mais harmonioso. Ao mundo: o que se precisa – e seus pertences: apenas a humildade como uma forma de se agradecer pela vida.


Josette L.


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