DESERTO CÃO
aqui é noite no deserto cão
o mundo faroeste, entre inimigos e inimigos
ele é um vale... um deserto onde os homens se perdem
daqui mesmo, onde o olhar se reparte, da miragem da estrada seca até a caveira do gado
os ranchos de madeira que a ferrovia entrecorta
vejo todas as coisas submersas em seu sentimento. Coisas que profanamos sempre, sem nenhuma ternura, burlando os eternos laços dos rituais sagrados
nessa hora perdida se fundem pedaços e o vazio preenche o horizonte
nada além do que uma mesquinha vida
de armadilhas armadas
aqui é noite no deserto cão
nem mesmo as sombras do jasmim caem sobre o chão neste verão seco, cheio de luas enormes
onde o vento traz desejos
mundo faroeste
mocinhos, bandidos e bandidos se compensam em iguais
daqui mesmo vemos todos nas tempestades de areia
aos rifles e ao estilhaço
das espingardas
aqui é noite no deserto cão
e o dia é de pó, sangue e suor dos homens
que se destinam
a uma terra
que jamais terá dono,
será como as noites
de veludo e carne
entre faunas de pedra
e luxúrias do céu negro
nada lhe dará vínculos
onde possa arder o mesmo rosto do sol no crepúsculo
e nada mais se poderá fazer
cansamos do ácido
das fantasias de robôs
cansamos do que não signifique
enlace
aqui é noite no deserto cão
hora perdida
hora de pedra
hora de uivar para as cinzas da lua.
aqui é noite no deserto cão
o mundo faroeste, entre inimigos e inimigos
ele é um vale... um deserto onde os homens se perdem
daqui mesmo, onde o olhar se reparte, da miragem da estrada seca até a caveira do gado
os ranchos de madeira que a ferrovia entrecorta
vejo todas as coisas submersas em seu sentimento. Coisas que profanamos sempre, sem nenhuma ternura, burlando os eternos laços dos rituais sagrados
nessa hora perdida se fundem pedaços e o vazio preenche o horizonte
nada além do que uma mesquinha vida
de armadilhas armadas
aqui é noite no deserto cão
nem mesmo as sombras do jasmim caem sobre o chão neste verão seco, cheio de luas enormes
onde o vento traz desejos
mundo faroeste
mocinhos, bandidos e bandidos se compensam em iguais
daqui mesmo vemos todos nas tempestades de areia
aos rifles e ao estilhaço
das espingardas
aqui é noite no deserto cão
e o dia é de pó, sangue e suor dos homens
que se destinam
a uma terra
que jamais terá dono,
será como as noites
de veludo e carne
entre faunas de pedra
e luxúrias do céu negro
nada lhe dará vínculos
onde possa arder o mesmo rosto do sol no crepúsculo
e nada mais se poderá fazer
cansamos do ácido
das fantasias de robôs
cansamos do que não signifique
enlace
aqui é noite no deserto cão
hora perdida
hora de pedra
hora de uivar para as cinzas da lua.
(poema premiado no concurso do C.a.l (2008)